22.8.16

Capítulo Quarenta e Seis




Joe viu tudo vermelho em sua frente. Ela estava nos braços de Jace. Sua garota, sua mulher, seu futuro... nas mãos sujas daquele político! Com um grito de guerra que teria deixado qualquer fã do filme Coração Valente orgulhoso, Joe atacou o inimigo, jogando-o em cima do balcão. Acertou um soco na mandíbula de Jace, fazendo com que a cabeça do outro homem batesse no tampo. Ao longe, ouviu Demi gritando para que parasse, mas era tarde demais. Jace caiu no chão.
— Meu Deus! — Demi cobriu o rosto com as mãos. — Você acabou de nocautear um senador!
— Bem. — Joe soltou um palavrão. — As mãos dele estavam em você!
— Que ótimo! — respondeu Demi. — Não se esqueça de dizer isso ao juiz, quando perguntarem por que você acha que não deveria ir para a cadeia! — Ela bateu na barriga de Joe e soltou um palavrão.
— Desculpe. Eu... eu entrei em pânico. Estava protegendo a sua honra!
— É o sujo falando do mal-lavado! — retrucou Demi. Joe a olhou irritado.
— Engraçadinha.
— O que você vai fazer? — Demi apontou para o corpo de Jace. — Você não o matou, né?
— Não bati tão forte assim — murmurou Joe, então se debruçou sobre Jace. — Ele provavelmente só ficará apagado por um tempinho.
— Bem, e quanto tempo vamos ficar esperando até ele acordar? — Demi continuava andando de um lado para outro, mas agora também levantava a taça, alternando entre beber e gritar com Joe.
— Não sei. Coloque o vinho na mesa. Você está me deixando nervoso.
— Eu estou deixando você nervoso? — Bem, pelo menos ela havia parado de andar de um lado para outro. — Que direito você tem de vir me resgatar, aliás?
Joe soltou um longo suspiro.
— Sempre quis ser o cavaleiro da armadura brilhante.
— Que engraçado, não lembrava que o cavaleiro dava porrada em um cara inocente.
— Inocente, uma ova! — gritou Joe. — As mãos dele estavam em você!
— E daí? — Ela cruzou os braços. — Por que você se importa?
— Mas que merda, Demi! — Em dois passos, ele a tinha nos braços. Ela abriu a boca, e, no instante em que suas línguas se encontraram, pegaram fogo. Ele a empurrou contra o balcão e aumentou a intensidade do beijo. O corpo dela respondia tão bem ao dele! Eles se beijavam como brigavam: de forma agressiva, passional, sem nada de lento nem monótono. Incapaz de se controlar, Joe abaixou as alças do vestido dela. A pele de Demi era suave como veludo. As mãos dela apertaram seu cabelo enquanto ele deslizava a língua pelo lábio inferior dela, provando, sugando o vinho de sua boca. Demi ficou arrepiada quando os lábios de Joe passaram a beijar seu colo, e logo acima do sutiã. No chão, Jace soltou um gemido. Joe o ignorou. O gemido ficou mais alto. Demi enfiou as unhas nas costas de Joe. Deus o odiava! Afastar-se dela era provavelmente uma das coisas mais difíceis que ele já tinha feito em toda a vida. Jace começava a se mexer.
— Devíamos ir embora. — Joe tentou recuperar o fôlego quando seus olhos encontraram os de Demi. Ela fora intensamente beijada, completamente desarrumada durante um momento, e por ele. Joe adorava saber que tinha sido o homem que a deixara daquele jeito. A expressão dela era de desejo, de necessidade — e tudo por causa dele. Jace gemeu outra vez. —
Vamos fugir da cena do crime, não vamos? — Demi segurou a mão de Joe enquanto se recompunham.
— Se alguém perguntar, ele caiu.
— De cara na sua mão? — perguntou Demi. — Sério? É essa mentira que vamos contar?
— Sinto muito se meu cérebro não está concentrado nisso. A gente tem sorte de eu conseguir andar e falar ao mesmo tempo, sem jogar você nas escadas e levantar sua saia.
— Mas você sabe que pode.
Joe congelou.
— Posso?
— Levantar a minha saia.
— Você está tentando me punir, não é?
Demi abriu um sorriso e sussurrou em seu ouvido.
— Comprei algumas lingeries naquela festa. Pense nisso durante o jantar.
— Ah, sim! Que ótimo! — Joe soltou um palavrão. — E então vovó vai pensar que... Pensar o quê? Que flores me deixam excitado? Que tenho tesão em ostras? Acho tudo isso muito desagradável. Vamos pular o jantar. — Quando chegaram ao topo das escadas, ele a empurrou para a parede mais próxima, prendendo-a com o corpo. — Só mais um beijo.
— Nunca é só um beijo com você, Joe.
Ele não pôde impedir o sorriso gigante que se espalhou pelo rosto.
— Que bom. Porque quero que eles nunca acabem. — Joe deu um beijo no nariz dela. — Preciso provar a você que não vai ser só um beijo — ele roçou os lábios nos dela — porque esse vai ser o primeiro de centenas de milhares de beijos. — Joe passou os lábios pela base do pescoço de Demi. — O primeiro dos últimos beijos que você vai receber. — Sua língua explorou a clavícula dela, subindo até o outro lado do pescoço. — Quero estragar os beijos das outras pessoas para você. Quero marcar você como minha. Quero ouvir você dizer meu nome, mas não porque está irritada, e sim porque está tão louca de tesão que não consegue nem raciocinar direito. É isso que quero fazer com você. Quero fazer você ser só minha.
— Sua? — Demi sentiu lágrimas nos olhos.
— Acho que você já percebeu que sou um homem bem possessivo. Cansei de fugir.
— Você consegue me prometer isso?
Joe envolveu o rosto dela com as mãos.
— Para sempre. Esta é a minha oferta.
— Então, isso é uma conversa de negócios? — Ela deu um sorriso provocante.
— Com certeza. — Ele a puxou para seus braços e beijou-a na testa. — É claro que eu vou fazer você assinar um papel sem sentido escrito por advogados que não têm nada melhor para fazer além de me proteger. Você vai ter que assinar a linha pontilhada, dizendo que aceita ser minha escrava sexual a qualquer hora do dia ou da noite. E então eu irei puni-la quando você tentar me deixar.
— Que ótimo. Se você ainda fosse executivo, eu poderia chamá-lo de Christian Grey.
— Joseph Jonas! — O grito de vovó podia acordar os mortos. — Cadê você? Precisamos conversar!
— A gente pode fugir? — perguntou Demi. — Vovó tudo vê. É como se esconder de Deus.
Com um suspiro, os dois se separaram. Joe levou a mão dela aos lábios.
— A gente pode conversar depois.
— Sobre toda essa história de “para sempre”? — Os olhos dela pareciam esperançosos, o que fez o coração de Joe bater ainda mais forte.
— Sim, sobre toda essa história de “para sempre”.
— Ah, aí estão vocês! — Vovó estava ofegante. — Procurei os dois por toda parte! É hora do brinde! Esperem aí, onde está Jace?
— Dormindo — respondeu uma voz atrás dos três. — Decidi tirar uma soneca.
— Na adega? — Vovó cruzou os braços. — Ah, querido! O que aconteceu com seu olho?
— Um esquilo. — Jace estreitou os olhos para Joe. — Parece que o diabinho encontrou as nozes que estava procurando e me atacou.
— Ah. — Vovó assentiu. — Está certo. Bem, tenho certeza de que as nozes dele não são nem de longe tão impressionantes quanto ele quer que a gente pense que são.
Demi se pronunciou:
— Ah, são sim!
Joe deu uma piscadela divertida. Jace disfarçou o sorriso com uma das mãos e olhou para vovó com uma expressão muito séria quando disse: — Se você estiver pronta, a gente devia voltar para o jantar.
— Está bem. — A senhora aceitou o braço dele, guiando-o para longe de Joe e de Demi.
— Obrigado. — Joe segurou a mão de Demi. — Por defender minha masculinidade.
— Ah, acho que ela levou um golpe bem grande nos últimos dias. Pensei em dar uma ajudinha.
Com um sorriso presunçoso, Joe a trouxe para mais perto de seu corpo e sussurrou:
— Acho que você vai me dar mais do que uma ajudinha, mais tarde.
— Veremos. — Os olhos de Demi se encontraram com os dele por um breve momento, antes de ela piscar e os desviar.

*****

Como prometi, aqui está. Beijos, lindas.

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