16.10.15

Capítulo Trinta e Três




Demi ia arrancar o próprio braço e comê-lo, de tanta fome. Será que a mãe de Joe estava tentando torturá-la, sacudindo aquelas batatas com um cheiro delicioso bem debaixo de seu nariz? Já tinha ouvido dizerem que a mulher falava pelos cotovelos, mas não sabia que seria daquele jeito.
A colher ia e vinha enquanto Denise falava. Pairava sobre o prato, e então a travessa; de novo o prato, mais uma vez a travessa. Ela parecia um gato brincando com a presa — devia ser exatamente assim.
Denise riu com Selena, pegou uma colherada de purê de batatas para servir Demi, mas foi distraída pela conversa.
A colher passou outra vez por cima do prato de Demi e voltou para a travessa. Demi podia jurar que Selena mantinha Denise falando de propósito.
Finalmente, três horas depois — está bem, estava mais para vinte minutos —, todos estavam servidos e comendo, felizes. Se é que “felizes” incluía vovó contando histórias de Las Vegas enquanto Nick encarava o frango como quem o estivesse achando muito sensual.
Demi quase se sentiu mal por ele. Mas Nick se casaria em uma semana, então era provável que não fosse morrer, nem nada do tipo. Jace estava à direita de Demi e Joe, à esquerda. Ou seja: é claro que o clima não estava estranho, nem um pouco! Cada vez que o braço de Jace roçava no dela, Demi se inclinava mais na direção de Joe, o que a fazia ter calafrios toda vez que a pele dos dois entrava em contato.
Beber água sempre fora uma espécie de tique nervoso.
O momento era constrangedor? Um gole d’água. Não sabia o que dizer? Um gole d’água.
Mas não havia água.
Apenas vinho.
O que significava que, se ela tivesse alguma esperança de sobreviver à noite, precisaria esvaziar todas as garrafas da mesa.
Ela já tinha bebido duas taças, e estavam apenas no terceiro prato.
— Então. — Jace lhe serviu outra taça. Ah, maravilha!
— Nick disse que você é uma repórter famosa.
— Não sei se eu diria famosa...
— É claro que é. — Do outro lado da mesa, Nick deu uma piscadela. — Ela é uma das favoritas de Seattle.
— Você seria a minha favorita. — Jace também piscou.
Joe teve um ataque de tosse. Ela lhe deu uma cotovelada nas costelas enquanto mantinha os olhos em Jace.
— Obrigada. Isso é muito gentil.
Ele deu de ombros de um jeito tão elegante que Demi teve vontade de vomitar.
— Bem, é verdade.
Demi desviou os olhos e comeu um pouco de purê. Ao menos a comida estava maravilhosa, apesar de as pessoas ao seu redor a estarem enlouquecendo. Jace disse mais alguma coisa, mas ela já não estava prestando atenção suficiente — não com a perna de Joe encostada na dela.
Demi se virou para Jace, que riu e se inclinou para mais perto.
— Desculpe. É só que tem purê de batatas no seu rosto.
A boca de Jace estava a centímetros da de Demi, quando de repente Joe praticamente pulou da cadeira.
— Filho da puta!
— O quê? O que houve? — Paul Jonas, o pai de Joe, se levantou da cadeira depressa e olhou ao redor.
— Hã... — Os olhos de Joe assumiram uma expressão confusa. — Um esquilo. Achei que tivesse visto um esquilo.
Selena tomou um gole de vinho e falou:
— Joe tem medo de esquilos.
— Lembre-me de enfiar um nas calças dele — zombou Demi.
— Talvez assim ele até consiga encontrar algumas nozes. — Essa veio de Nick.
Denise riu, sem jeito, e serviu mais vinho, depois cutucou Paul para que ele dissesse alguma coisa, mas vovó já estava no controle da situação.
— Ah, não sei, não. Todos os meus netos têm nozes.
Cada um deles. Eu me certifiquei de que todos eram meninos assim que nasceram, não foi, Paul?
— Eu, hã... — O pai de Joe olhou para Denise e balançou a cabeça enfaticamente. — Um brinde... — Ele fez uma careta e ergueu a taça. — À mais dedicada das avós.
— Eu não tenho nozes? — repetiu Joe, que ainda parecia preso ao primeiro golpe contra sua masculinidade.
— Você ouviu o que ele disse — comentou Jace. — O primeiro passo é admitir que tem um problema.
— Com o quê? — Joe cerrou os punhos. — Encontrar minhas nozes? Minha masculinidade? Minhas bolas? Quem você pensa que é? — Seu rosto ficou vermelho.
— Ah, ele é um senador — intrometeu-se Denise, sem ser de muita ajuda.
Alguém deu um chute em Demi. Devia ser para Denise, porque, segundos depois, a mãe de Joe se encolheu de dor. — Quer saber? — Joe jogou o guardanapo na mesa.
— Estou cheio de você e dessa sua atitude, senhor senador.
— Está, é? — perguntou Jace, frio, colocando o copo de água na mesa e sorrindo. — Engraçado, porque eu estava cheio de você no instante em que soube que vinha para o casamento. Diga, quando foi a última vez que você jantou com Nick? Quando foi a última vez que jogou golfe com ele? Hem? Conheceu os amigos dele?
Fez alguma dessas coisas, padrinho? — Jace deu um sorriso malicioso para Joe. — Você é o irmão, portanto, o título tinha que ser seu. Mas em questão de amizade?
Você é o pior que tem.
— Chega! — Joe se lançou sobre Jace.
O senador se afastou e deu um soco na cara do adversário.
— E fique longe de Demi! — Joe mirou a bochecha de Jace, que se esquivou. No embalo, Joe foi de encontro à mesa, derramando vinho para todos os lados.
Demi se levantou, mas vovó fez com que ela se sentasse outra vez e sussurrou:
— Ah, querida, aproveite! Um entretenimento muito agradável. Deixe que briguem. — Então deu uma piscadela e se pôs a mexer no colar de pérolas que trazia no pescoço.
— Joe! — gritou Paul. — Pare!
Soltando um palavrão, Nick se levantou da mesa e andou até onde Joe, caído, tentava se levantar. Ele o segurou no instante em que o irmão investia contra Jace outra vez.
— Pare — disse Nick, em um tom duro. — Estou falando sério, Joe. — Ele empurrou o peito do irmão.
— Pela primeira vez na vida, fique na sua.
— Mas... — Joe franziu a testa em uma expressão agoniada, fitando os rostos chocados à mesa. O estômago de Demi se revirou quando ela sentiu os olhos suplicantes nos seus. O que devia dizer? Envergonhada, ela olhou para o prato, e ouviu Joe soltar um palavrão e se afastar.
— Bem, isso foi divertido. — Selena soltou uma risada, nervosa. Todos se juntaram a ela. Jace retomou seu lugar ao lado de Demi e ajeitou a gravata.
— Peço desculpas. — Ele levou um guardanapo ao corte no lábio e deu uma piscadela. — Ele sabe mesmo dar um soco.
— Ele treina. — Paul serviu-se de outra taça de vinho. — Todos os dias.
— Treina? — perguntou Demi. — Como assim?
Denise deu tapinhas nas costas de Paul e direcionou a Demi um sorriso um tanto abalado.
— Boxe, querida. Ele luta.
— É bom mesmo saber lutar alguma coisa, depois de rejeitar tantas mulheres... — comentou Nick, do outro lado da mesa.
— Já chega! — gritou Selena, levantando-se.
Meu Deus, quantas brigas aconteceriam?
Os olhos de Nick quase pularam da cabeça quando Selena enfiou o dedo em sua cara.
— Não sei qual é o seu problema, mas ele é seu irmão! — Ela jogou as mãos para o alto, impaciente. — Algum de vocês já pensou em dar uma chance a ele?
Sinto muito por estragar a programação, vovó, mas não aguento mais. — Com isso, Selena voltou para a casa.
Nick engoliu em seco e olhou para a mesa, com a expressão culpada.
— Já volto.

*****

Eu não tenho justificativa pra toda essa demora. Me desculpem.
O que acharam do novo álbum da Demi? Eu amei, meu Deus  
Amo vocês, e desculpa de novo.
Deem uma olhada nesse blog: More Than Just a Dream
Beijos!

3 comentários:

  1. Eu to com um aperto no coração pelo joe, esse nick merece uns esculachos. Posta mais por favooooor

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  2. Posta posta posta posta posta.....

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  3. Preciso do próximo capitulo pra ontem, como ousa parar aí????

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