Demi ia arrancar o próprio braço
e comê-lo, de tanta fome. Será que a mãe de Joe estava tentando torturá-la,
sacudindo aquelas batatas com um cheiro delicioso bem debaixo de seu nariz? Já
tinha ouvido dizerem que a mulher falava pelos cotovelos, mas não sabia que
seria daquele jeito.
A colher ia e vinha enquanto
Denise falava. Pairava sobre o prato, e então a travessa; de novo o prato, mais
uma vez a travessa. Ela parecia um gato brincando com a presa — devia ser
exatamente assim.
Denise riu com Selena, pegou uma
colherada de purê de batatas para servir Demi, mas foi distraída pela conversa.
A colher passou outra vez por
cima do prato de Demi e voltou para a travessa. Demi podia jurar que Selena mantinha
Denise falando de propósito.
Finalmente, três horas depois —
está bem, estava mais para vinte minutos —, todos estavam servidos e comendo,
felizes. Se é que “felizes” incluía vovó contando histórias de Las Vegas
enquanto Nick encarava o frango como quem o estivesse achando muito sensual.
Demi quase se sentiu mal por ele.
Mas Nick se casaria em uma semana, então era provável que não fosse morrer, nem
nada do tipo. Jace estava à direita de Demi e Joe, à esquerda. Ou seja: é claro
que o clima não estava estranho, nem um pouco! Cada vez que o braço de Jace
roçava no dela, Demi se inclinava mais na direção de Joe, o que a fazia ter
calafrios toda vez que a pele dos dois entrava em contato.
Beber água sempre fora uma
espécie de tique nervoso.
O momento era constrangedor? Um
gole d’água. Não sabia o que dizer? Um gole d’água.
Mas não havia água.
Apenas vinho.
O que significava que, se ela
tivesse alguma esperança de sobreviver à noite, precisaria esvaziar todas as garrafas
da mesa.
Ela já tinha bebido duas taças, e
estavam apenas no terceiro prato.
— Então. — Jace lhe serviu outra
taça. Ah, maravilha!
— Nick disse que você é uma
repórter famosa.
— Não sei se eu diria famosa...
— É claro que é. — Do outro lado
da mesa, Nick deu uma piscadela. — Ela é uma das favoritas de Seattle.
— Você seria a minha favorita. —
Jace também piscou.
Joe teve um ataque de tosse. Ela
lhe deu uma cotovelada nas costelas enquanto mantinha os olhos em Jace.
— Obrigada. Isso é muito gentil.
Ele deu de ombros de um jeito tão
elegante que Demi teve vontade de vomitar.
— Bem, é verdade.
Demi desviou os olhos e comeu um
pouco de purê. Ao menos a comida estava maravilhosa, apesar de as pessoas ao
seu redor a estarem enlouquecendo. Jace disse mais alguma coisa, mas ela já não
estava prestando atenção suficiente — não com a perna de Joe encostada na dela.
Demi se virou para Jace, que riu
e se inclinou para mais perto.
— Desculpe. É só que tem purê de
batatas no seu rosto.
A boca de Jace estava a
centímetros da de Demi, quando de repente Joe praticamente pulou da cadeira.
— Filho da puta!
— O quê? O que houve? — Paul
Jonas, o pai de Joe, se levantou da cadeira depressa e olhou ao redor.
— Hã... — Os olhos de Joe
assumiram uma expressão confusa. — Um esquilo. Achei que tivesse visto um
esquilo.
Selena tomou um gole de vinho e
falou:
— Joe tem medo de esquilos.
— Lembre-me de enfiar um nas
calças dele — zombou Demi.
— Talvez assim ele até consiga
encontrar algumas nozes. — Essa veio de Nick.
Denise riu, sem jeito, e serviu
mais vinho, depois cutucou Paul para que ele dissesse alguma coisa, mas vovó já
estava no controle da situação.
— Ah, não sei, não. Todos os meus
netos têm nozes.
Cada um deles. Eu me certifiquei
de que todos eram meninos assim que nasceram, não foi, Paul?
— Eu, hã... — O pai de Joe olhou
para Denise e balançou a cabeça enfaticamente. — Um brinde... — Ele fez uma
careta e ergueu a taça. — À mais dedicada das avós.
— Eu não tenho nozes? — repetiu
Joe, que ainda parecia preso ao primeiro golpe contra sua masculinidade.
— Você ouviu o que ele disse —
comentou Jace. — O primeiro passo é admitir que tem um problema.
— Com o quê? — Joe cerrou os
punhos. — Encontrar minhas nozes? Minha masculinidade? Minhas bolas? Quem você
pensa que é? — Seu rosto ficou vermelho.
— Ah, ele é um senador —
intrometeu-se Denise, sem ser de muita ajuda.
Alguém deu um chute em Demi.
Devia ser para Denise, porque, segundos depois, a mãe de Joe se encolheu de dor.
— Quer saber? — Joe jogou o guardanapo na mesa.
— Estou cheio de você e dessa sua
atitude, senhor senador.
— Está, é? — perguntou Jace,
frio, colocando o copo de água na mesa e sorrindo. — Engraçado, porque eu estava
cheio de você no instante em que soube que vinha para o casamento. Diga, quando
foi a última vez que você jantou com Nick? Quando foi a última vez que jogou
golfe com ele? Hem? Conheceu os amigos dele?
Fez alguma dessas coisas, padrinho?
— Jace deu um sorriso malicioso para Joe. — Você é o irmão, portanto, o título
tinha que ser seu. Mas em questão de amizade?
Você é o pior que tem.
— Chega! — Joe se lançou sobre
Jace.
O senador se afastou e deu um
soco na cara do adversário.
— E fique longe de Demi! — Joe
mirou a bochecha de Jace, que se esquivou. No embalo, Joe foi de encontro à
mesa, derramando vinho para todos os lados.
Demi se levantou, mas vovó fez
com que ela se sentasse outra vez e sussurrou:
— Ah, querida, aproveite! Um
entretenimento muito agradável. Deixe que briguem. — Então deu uma piscadela e
se pôs a mexer no colar de pérolas que trazia no pescoço.
— Joe! — gritou Paul. — Pare!
Soltando um palavrão, Nick se
levantou da mesa e andou até onde Joe, caído, tentava se levantar. Ele o segurou
no instante em que o irmão investia contra Jace outra vez.
— Pare — disse Nick, em um tom
duro. — Estou falando sério, Joe. — Ele empurrou o peito do irmão.
— Pela primeira vez na vida,
fique na sua.
— Mas... — Joe franziu a testa em
uma expressão agoniada, fitando os rostos chocados à mesa. O estômago de Demi
se revirou quando ela sentiu os olhos suplicantes nos seus. O que devia dizer?
Envergonhada, ela olhou para o prato, e ouviu Joe soltar um palavrão e se
afastar.
— Bem, isso foi divertido. —
Selena soltou uma risada, nervosa. Todos se juntaram a ela. Jace retomou seu
lugar ao lado de Demi e ajeitou a gravata.
— Peço desculpas. — Ele levou um
guardanapo ao corte no lábio e deu uma piscadela. — Ele sabe mesmo dar um soco.
— Ele treina. — Paul serviu-se de
outra taça de vinho. — Todos os dias.
— Treina? — perguntou Demi. —
Como assim?
Denise deu tapinhas nas costas de
Paul e direcionou a Demi um sorriso um tanto abalado.
— Boxe, querida. Ele luta.
— É bom mesmo saber lutar alguma
coisa, depois de rejeitar tantas mulheres... — comentou Nick, do outro lado da
mesa.
— Já chega! — gritou Selena,
levantando-se.
Meu Deus, quantas brigas
aconteceriam?
Os olhos de Nick quase pularam da
cabeça quando Selena enfiou o dedo em sua cara.
— Não sei qual é o seu problema,
mas ele é seu irmão! — Ela jogou as mãos para o alto, impaciente. — Algum de
vocês já pensou em dar uma chance a ele?
Sinto muito por estragar a
programação, vovó, mas não aguento mais. — Com isso, Selena voltou para a casa.
Nick engoliu em seco e olhou para
a mesa, com a expressão culpada.
— Já volto.
*****
Eu não tenho justificativa pra toda essa demora. Me desculpem.
O que acharam do novo álbum da Demi? Eu amei, meu Deus ♥
Amo vocês, e desculpa de novo.
Deem uma olhada nesse blog: More Than Just a Dream
Beijos!
Eu to com um aperto no coração pelo joe, esse nick merece uns esculachos. Posta mais por favooooor
ResponderExcluirPosta posta posta posta posta.....
ResponderExcluirPreciso do próximo capitulo pra ontem, como ousa parar aí????
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